Fábrica de aerogeradores "ainda está em discussão"

O presidente da China Three Gorges (CTG), Cao Guangjing, disse hoje que "a possibilidade" de a sua subsidiária Goldwind construir uma fábrica de turbinas eólicas em Portugal "não está fechada", mas negou que tenha assumido esse compromisso.
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"No acordo (com o governo português) dissemos que iríamos fazer 'os melhores esforços'. Não houve um compromisso", afirmou Cao Guangjing à agência Lusa em Pequim.

"Fizemos o melhor e fizemos os nossos estudos. O investimento (da Goldwind) está ainda em discussão. A cooperação entre a Goldwind e a EDP é boa. As três empresas (EDP, Goldwind e CTG) estão a cooperar noutros países. O assunto não está fechado", acrescentou.

Em dezembro de 2011, a CTG ganhou um concurso internacional para a privatização da EDP, pagando 2.700 milhões de euros pela participação de 21,35% que o Estado português detinha na empresa. Foi uma das maiores aquisições feitas pela China na Europa.

Na passada quarta-feira, em Lisboa, o Jornal de Negócios anunciou disse que, "atendendo ao excesso de capacidade de fabrico de turbinas existente na Europa", a construção da referida unidade industrial "já não está nos planos da CTG".

Três dias depois, fonte oficial do gabinete do ministro português do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia disse à agência Lusa que Jorge Moreira da Silva "solicitou à China Three Gorges um ponto da situação" sobre os seus investimentos em Portugal.

"Por ocasião da privatização da EDP, foram criadas expectativas de investimento, nomeadamente, na instalação de uma unidade industrial de aerogeradores [fábrica de turbinas eólicas]" em Portugal", justificou a mesma fonte.

Questionado hoje em Pequim sobre aquela diligência, um administrador da EDP, João Marques da Cruz, disse que a sua empresa "não comenta nenhuma decisão do governo português", mas realçou que o relacionamento da elétrica portuguesa com a CTG "é excelente".

Quanto ao projeto da fábrica de turbinas eólicas, aquele membro do Conselho de Administração Executivo da EDP referiu que o acordo alcançado "foi um compromisso em função das necessidades do mercado e não de construir independentemente de haver ou não mercado".

"Não estava escrito que havia essa obrigatoriedade (de construir a referida fábrica)", acrescentou Marques da Cruz.

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